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Foto de Mariana Criola |
A chegada do mês de abril no Brasil é marcada por um fenômeno recorrente: o chamado "Abril Vermelho", período em que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) intensifica as ocupações de terras em nome da reforma agrária. No entanto, o debate vai muito além do discurso ideológico, envolvendo questões de segurança jurídica, violência no campo e conivência governamental.
Neste artigo, exploramos as raízes do conflito, os impactos econômicos e sociais dessas ações e o papel do Estado nesse cenário.
O que é o "Abril Vermelho"?
O "Abril Vermelho" é uma estratégia de mobilização do MST que remonta aos anos 1990, inspirada em datas simbólicas como o Dia Internacional da Luta Camponesa (17 de abril) – em memória do Massacre de Eldorado dos Carajás (1996), quando 21 sem-terra foram mortos no Pará.
O movimento justifica as invasões como forma de pressionar o governo a acelerar a reforma agrária, alegando que muitas propriedades rurais são improdutivas ou griladas. No entanto, críticos argumentam que essas ações violam direitos de propriedade e geram insegurança jurídica, prejudicando o agronegócio, setor responsável por 25% do PIB brasileiro.
O Aumento das Invasões em 2025
Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2024, ocorreram 28 invasões em estados como Bahia, Pernambuco, Ceará, São Paulo e Paraná. Já em 2025, antes mesmo do início oficial do "Abril Vermelho", o MST havia invadido cinco propriedades, incluindo:
- Bahia: Ocupação de terras consideradas improdutivas.
- Ceará: Invasão de uma fazenda produtiva com mais de 2 mil hectares.
- Espírito Santo: Acampamento de mil mulheres em área da empresa Suzano.
O deputado Evair de Melo (PP-ES) comparou a situação na Bahia à "Faixa de Gaza do Brasil", citando roubos de café verde e ameaças armadas contra produtores.
A Conivência do Governo Federal
Um dos pontos mais polêmicos é a postura do governo federal, acusado de apoiar as invasões ao:
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Destinar R$ 1 bilhão ao MST em programas como:
- R$ 400 milhões para aquisição de alimentos.
- R$ 350 milhões para crédito fundiário.
- R$ 300 milhões para estoques públicos.
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Alterar regras da reforma agrária:
- A Instrução Normativa nº 132/2023 (INCRA) facilitou a desapropriação sem critérios transparentes.
- O Decreto nº 11.637/2023 centralizou decisões no INCRA, reduzindo a autonomia de assentados.
Para Tereza Cristina (ex-ministra da Agricultura), essas medidas são "eleitoreiras", pois privilegiam grupos específicos em vez de políticas universais para a agricultura familiar.
Impactos Econômicos e Sociais
As invasões trazem consequências graves:
Insegurança jurídica: Produtores rurais perdem investimentos e temem novos ataques.
Queda na produção: Conflitos interrompem safras, afetando exportações.
Violência no campo: Fazendeiros e sem-terra entram em choque, gerando mortes.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) alerta que o Brasil corre o risco de retroceder em políticas agrícolas, com cortes em programas como o Plano Safra e o crédito rural.
Soluções Possíveis: Diálogo ou Repressão?
Enquanto o MST defende a reforma agrária como "justiça social", ruralistas exigem:
Ação da Justiça: Maior rigor contra invasões ilegais.
Transparência no INCRA: Fim de critérios políticos para desapropriações.
Políticas para o campo: Investimento em regularização fundiária e seguro rural para todos.
O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA, afirma que "bandos armados agem com conivência do governo" e pede intervenção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Um Problema que Precisa de Solução Estrutural
O "Abril Vermelho" não é apenas uma questão de ideologia, mas um problema complexo que envolve:
- Falta de políticas públicas eficientes para distribuição de terras.
- Insegurança jurídica que desestimula investimentos no agro.
- Radicalização de ambos os lados, aumentando a violência.
A solução passa por diálogo, legalidade e políticas de desenvolvimento rural sustentável. Enquanto isso não acontece, o campo brasileiro continua dividido entre produtividade e conflito.
E você, o que acha? O governo deve negociar com o MST ou reprimir as invasões? Deixe sua opinião nos comentários!
Atenção: Este artigo foi produzido com base em fatos e dados públicos. Não representa necessariamente a opinião do autor, mas busca oferecer uma visão abrangente do tema.
Fontes Consultadas:
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